Esta página aberta ao mundo, mas decerto não conhecida por ele (que mundo seria este que desejasse conhecer uma página na internet?), é um desses caminhos que podem ser percorridos sem se saber onde vão dar. Um espaço que vai acontecendo. Pode ser tudo. Pode ser tudo? Dizem-me agora que eu também poderia ser tudo:
-Tu também poderias ser tudo!
-Poderia ser uma nave espacial com orelhas de elefante?-interrogo essa pessoa intrometida.
-Sim.
Assim seja. Aceitemos que sou a nave espacial com orelhas de elefante. Depois disso, imaginemos uma, duas, a seguir três naves espaciais com orelhas de elefante. Aceitável.
Assim teremos uma comunidade de seres ontologicamente dúbia e que mesmo padecendo desta condição (ou por padecer dela) tem lugar neste blogue que pode ser tudo porque não é coisa nenhuma.
Muito mais poderá acontecer, desde que continuemos a aceitar naves espaciais com orelhas de elefante.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
A palavra
Queria começar a escrever não começando. Assim como se fosse possível colocar por aí uns pensamentos sem o peso do início, podendo começar no meio, quem sabe mesmo no fim. Um desafio ou a quimera daqueles que, como eu, têm medo das palavras escritas e fogem dos inícios. Mas porque tal acabou de ser superado(momentaneamente, não estou iludida), vejo com maior clareza- ainda encoberta pelo nevoeiro da desconfiança- que escrever é também ter a coragem de petrificar o que está leve e ao mesmo tempo a rebentar na cabeça, espécie de fogo, e nesse movimento hostil, carregar com a dor, conduzi-la e transformá-la em coisa que já nao é dor, é prazer- sempre ameaçado.
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